1 de abril de 2008

o acordo

Mais um colega que foi dispensado. A empresa está numa situação difícil...
E assim se dispensa um funcionário que contava com mais de 30 anos de casa.
Um dia o chefe do pessoal cruza-se com um funcionário à entrada da empresa e diz-lhe como quem comenta o tempo: a empresa está numa situação difícil. Temos que tentar um acordo para o dispensar.
Assim, impessoal. Ok, a empresa já atravessou melhores dias, mas o dôtor ainda tem um gabinete e as cadeiras ainda não foram penhoradas. E os empregados ainda merecem alguma consideração.
A segunda investida seguiu os mesmos trâmites da primeira.
E o acordo chegou, depois da saturação, das discussões com o chefe mais directo, abdicando dos mais de 30 anos de casa para ser dispensado com uma mísera indemnização e um chuto no cú.
E assim se foi, sem o ordenado do mês, sem os euros constantes do acordo, dispensado e mandado para casa à espera de um telefonema para vir receber o cheque. Quando a assinatura em falta chegar. Quando a patroa lhe der jeito passar por aqui.
A despedida foi um até amanhã, com a lágrima no olho.
E hoje faz de conta que foi de férias...