29 de abril de 2008

gramatical-mente

No princípio era o verbo, o verbo eu-não-sou-daqui-estou-só-a-ver-passar-comboios.
Depois continuou a ser o verbo, o verbo deixa-lá-ver-o-que-isto-vai-dar.
Depois outro ainda, o verbo espera-lá-onde-é-que-me-estou-a-meter.
Depois outro verbo, o verbo isto-não-estava-nos-meus-planos.
A seguir ainda outro para conjugar, o verbo eu-sabia-lá-se-foi-o-sossego.
Depois o verbo apanhada-na-curva-da-insegurança-rodoviária.
Mais uns dias e o verbo malditas-insónias-malditos-sonhos-malditas-dúvidas-maldito-éter-em-que-me-movo.
Para atrapalhar mais ainda, chegou o verbo dias-tão-absolutamente-felizes-não-deviam-ser-seguidos-por-atitudes-nem-palavras-nem-planos-desajustados.
Felizmente a seguir virá o acordo. Ortográfico, obviamente.

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