Passaste a vida vestida de luto por quem te ia morrendo e mostravas uma certa pena quandos nos vias, as tuas netas, vestidas de preto e adivinhavas que não vestiríamos luto por ti. Fazemos-te o gosto, avó, e vestiremos preto por ti, para que aí nessa estrela onde te sentas e nos olhas, possas sorrir, já que morreste a chorar e a pedir perdão aos teus santos por desejares morrer.
Tomaremos conta do avô como tomámos conta de ti, ele que nos seus 90 anos tanto tem chorado por teres morrido. Seria uma magnífica história de amor, disseram-me, ele ter-se abalado ao ponto de ir para o hospital no dia em que nos despedimos de ti, no cemitério. Mas não são precisas histórias, tu sabes o quanto foste amada pelos teus filhos, pelas tuas netas, e disseste-nos muita vez o quanto isso te fazia feliz.
Despedimo-nos de ti, deitada na tua urna, no teu aparente sono tranquilo e guardamos connosco, além de todas as outras memórias que nos deixaste, o teu ar sereno.
Descansa bem, avó, que aqui fica quem sempre muito te amará.
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