1 de abril de 2008

As cores de uma vida

Pintei-te de rosa. Da cor dos contos de fada.
Pintei-me de branco, da côr dos vestidos de noiva. Da Pureza. Da inocência.
Pintei-te de verde. Verde esperança. Verde vida.
Pintei-nos com as cores do arco-íris, como uma ilusão.
Pintei uma aguarela com as cores que em nós ia descobrindo.
Pintei-nos de azul, da côr do céu, da côr do mar, com o encanto de quem acredita.
Pintei-te mais tarde de vermelho, da côr do sangue que escorre das feridas. Do fogo. Do medo.
Pintei-me de amarelo. Da côr de quem padece de uma doença.
Tentei inventar uma côr para te pintar. O transparente. E não consegui deixar de te ver.
Pintei-me de preto. Da côr do luto.
Esborrataste a tela que eu pintara com a magia das cores.
Queimei-a. Enterrei as cinzas no castanho da terra que tudo consome.
E não mais consegui distinguir as cores.

1 comentário:

Anónimo disse...

Se calhar o que devias ter feito era mudar as tuas cores, não há pincel que entre nos outros :)