15 de abril de 2008

como dantes

Saí à hora de almoço, como dantes, deixando o escritório para trás, enganando a preguiça. Dei umas voltas, poucas, à procura de lugar, estacionei, andei um pouco a pé, sempre ao sol. Cruzei-me com gente que não conheço, martelei a calçada lisboeta com os tacões das minhas botas recusando pertencer-lhe, fumei um cigarro sentada nas escadas de degraus largos. Tirei o casaco preto e encarei o sol de frente. Fiz uma pausa para falar com aqueles de quem gosto, pelo telefone. Espreguicei-me.
A cidade passa ao lado, indiferente, não é a amante dos poemas. Mas não faz mal. Às vezes é bom que ninguém nos conheça.

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