17 de abril de 2008

carolindeza

Oito anos faz a minha Carolina, menina-tão-grande.
Minha amiga, minha cúmplice, tão dependente me deixa dos seus sorrisos, da sua voz terna, das suas palavras bonitas.
- Mãe, porque é que estás triste?
- Eu não estou triste.
- Estás sim. Conheço os teus olhos quando estão tristes, e agora estás.
E eu abro o sorriso para que veja como a amo e como a sua presença me alimenta.
É a menina que quis ter, é a companheira que me dá a mão naquilo que é importante para mim e que me chama para junto de si quando quer partilhar o que a faz feliz.
Gravámo-nos quando nos primeiros dias mamava de olhos fixos em mim para já não nos perdermos.
Agora cresceu, já ocupa quase a cama toda, mas quando dorme e eu me levanto de noite para a olhar, é o meu bebé quem ali sonha, pequenina e indefesa, cansada de fantasias e brincadeiras, de sonhos, de contas de multiplicar, de composições sobre a primavera.
É o meu bebé quando nos sentamos na mesa da cozinha e espalhamos tintas em telas, folhas de papel, espelhos, pedaços de madeira. É o meu bebé quando à noite lhe leio histórias e me pergunta como é possível que se guardem estrelas num Banco. É o meu bebé quando canta para as suas bonecas as canções de embalar que fiz só para ela.
Agora cresceu e há-de crescer muito mais. Há-de fazer-se uma mulher inteligente, independente, terna e honesta. E eu hei-de ver sempre nela a minha menina, mesmo quando se zangue comigo, mesmo quando bater a porta.
Mas por agora estamos sossegadas. Faz oito anos. E o amor que eu suponho imenso cresce sempre mais.
Que seja feliz, que não perca o lindo sorriso que tem, que o brilho lhe volte ao olhar mal esmoreça é o que posso desejar-lhe.

Sem comentários: