6 de abril de 2008

em festa

Hoje foi a festa de anos da filha da minha "irmã" Maria Manuel. Fez 15 anos, a miúda, tão cópia de mim em certas coisas que nem sei se hei-de envaidecer-me ou entristecer-me, bem podia ter uma personalidade menos complicada, digo eu, que sei do que falo.
Foi animadíssima a noite. Estavam lá quase todas as pessoas de quem mais gosto no mundo.
A minha mãe lá teve de nos chamar a atenção, à Maria Manuel e a mim, porque como sempre, e sem darmos por isso, lá estávamos, no meio de todos, só a falar uma com a outra. É que o tempo é pouco e temos sempre tanto para dizer. E para cantar. Cantámos como quando éramos miúdas, a partir de qualquer referência, ao mesmo tempo, rindo com a boca toda, com os olhos inteiros.
Canções, anedotas, memórias, gaffes, conversas que atravessam a mesa e se cruzam umas com as outras, três gerações de gente, a minha Carolina colada à Catarina, a aniversariante, como eu me colava à Maria Manuel, quase a mesma diferença de idades, menos tempo para estarem juntas.
O meu pai com nódoas na camisa e os seus espirituosos comentários, a minha tia com os seus abraços que sempre me encheram de felicidade e de amor, o meu tio a denunciar a idade que já o vai calando, mas não muito, sentado a meu lado continua a fazer de mim a sua aliada, a sua ouvinte fiel, as miúdas todas, algumas já a falarem da cor que querem nos seus vestidos de casamento, e mais as outras pessoas que por afinidade passam a ser da família.
Em dias assim de festa, de celebrar o crescimento das nossas meninas, o nosso próprio crescimento, não há tristezas, não há lamentos. Só a alegria de estarmos juntos, de entornarmos vinho na toalha branca, das fotografias que nos apanham a abocanhar o bolo de aniversário.
Amo metade das pessoas com quem estive hoje. Gosto de as amar, mesmo quando às vezes me pesam. Também por causa delas sou quem sou, e assim vale a pena viver.

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