7 de março de 2008

P.D.I.

Não me venham cá com histórias. Á medida que a idade avança, ela não perdoa, vai-se enrolando a nós como uma cobra e todo o nosso corpo vai cedendo.
Noutros tempos a sesta era para os velhos e agora sabe melhor que algumas sobremesas.

Costumam dizer que a idade é um estado de espírito, mas quando nos olhamos ao espelho, não é o espírito que vemos, mas sim os cabelos brancos (mesmo pintados, lá vão espreitando teimosamente as raízes), vemos as rugas na nossa cara, tipo selo num envelope, assim coladas com uma cola de boa qualidade (podem fazer-se plásticas, pois claro, mas isso é para quem tem guita e não tem medo de ficar como a Manuela Moura Guedes). Vemos as olheiras cada vez mais fundas, e mesmo com os melhores cremes do mercado para as disfarçar, de manhã, lá estão elas outra vez a denunciar o PDI.

Há sempre os ginásios para manter o corpinho, fazer exercícios e tal, mesmo que a gente transpire que nem cavalos enquanto ao nosso lado está uma miúda toda desempoeirada na casa dos 20 que faz o mesmo com uma perna às costas. Ah! E na televisão somos bombardeados por anúncios aos iogurtes para corpinhos danone, leite com cálcio, manteiga sem gordura, tudo ideal para manter a saúde à medida que a idade avança.

Depois é o colesterol, são os glóbulos brancos e os vermelhos, a hemoglobina, a qualidade da urina ou a falta dela, é a contenção nas gorduras, no alcóol, no sal, no açucar.

E quando os filhos nos dizem: "aquele tm é bué fixe", ou nos mandam uma msn: "axas k poxo ir nha festa?" e nós parecemos burros a olhar para palácios? Qual espírito qual caraças. A gente envelhece e ma nada. É o PDI, meus amigos. A puta da idade.

Sem comentários: