11 de março de 2008

natureza morta

Quando eu era pequena o meu pai era a minha enciclopédia. Passava o tempo a aborrecê-lo com perguntas enquanto ele o que queria era ir ouvindo o noticiário. Mas eu não percebia e então perguntava. Quando lhe perguntei o que era ser presidente da república, o meu pai respondeu-me que era ser uma jarra de flores, que estava lá para ocupar um espaço e para parecer bem, mas que não fazia nada.
Ontem, ao ouvir o prós e contras, lembrei-me disso. Rei ou presidente, cada um defendia a sua própria jarra de flores, dispondo as ditas em cima de argumentos bem estudados. No sofá, suponho que cada um de nós tem uma opinião formada, e não são os argumentos de cada parte que nos farão mudá-la. Todavia, não podemos deixar de pensar, enquanto os ouvimos travar-se de razões que, lugar decorativo ou não, a força motriz é simples e invariavelmente a mesma: power (and not to the people)

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