20 de março de 2008

a bagagem dos viajantes

A propósito de um desses mails indistintos que circulam pelas nossas caixas, ocorreu-me que deveríamos viver a nossa vida como se fôssemos de férias. Não na ansiedade e na azáfama, é de bagagem que falo.
Quando nos preparamos para partir de férias, tentamos levar apenas o que pensamos que nos vai fazer falta, fazemos triagem após triagem para não nos carregarmos com coisas inúteis, sem préstimo. Inevitavelmente acabaremos por levar algumas de que não chegaremos a precisar e esqueceremos outras que nos farão falta.
Com a bagagem que carregamos na nossa vida devia passar-se o mesmo. Devíamos saber deixar para trás o que já não tem préstimo, o que está ultrapassado, o que já desempenhou o seu papel. Devíamos saber guardar espaço para novos souvenirs, para novas memórias.
Mas não. Vivemos os dias de malas atafulhadas de inutilidades, cada vez mais cansados de carregarmos pesos mortos, sem largarmos lastro nenhum, como se temêssemos que esses pesos ainda nos venham a fazer falta. Não farão. Já fizeram o que tinham a fazer.
Por mim, na bagagem guardarei mais esta teoria.

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