25 de março de 2008

insónia

Não sei o que é pior numa noite de insónia. Pode ser a ansiedade de sabermos que daí a umas horas vamos ter de nos levantar e enfrentar um dia de trabalho. Ou a impaciência para o sono de quem dorme a sono solto. Ou a atenção para cada ruído da noite. Ou a teia de pensamentos, dúvidas, receios e filmes que nos enreda a vigília.
Ou se é a manhã. O acordar e implicar com a pressão ou com a temperatura da água do banho. Ou não haver uma roupa certa para vestir. O trânsito. As pessoas bem dispostas. A chuvinha irritante. A névoa nos olhos ou o peso na cabeça. Ter fome e não conseguir comer.
Na rádio toda a gente está bem disposta, diz piadas, escolhe músicas enérgicas. No escritório toda a gente já trabalha e resolve coisas e faz telefonemas. Eu escondo-me no meu gabinete isolado, à espera que o tempo passe e os cafés façam efeito, à espera que o trabalho me desperte neste primeiro dia depois de 5 em casa, pelo menos esses felizes.

Sem comentários: