14 de março de 2008

Já não tenho tempo


Já não tenho tempo para me sentar a olhar o por do sol. Quando era adolescente sonhava caminhar de mão dada com o meu príncipe à beira mar, pontapeando a areia, planeando o futuro perfeito, porque tinhamos nascido um para o outro. Mas de facto o meu príncipe não nasceu. Só eu o sonhei.
Já não tenho tempo para ver o sol esconder-se atrás da serra, como fazia em miúda. E até conseguia ver nas sombras corpos deitados, em repouso. E pensava que havia de me sentar mais tarde, abraçada ao amor da minha vida. Mas o amor não me encontrou. Ou eu não me deixei encontrar.
Já não tenho tempo para chorar. As coisas deixaram de ter a mesma importância que tinham quando acreditava em contos de fadas.
Já não tenho tempo para ter tempo, para esperar. Os meus dias são uma louca correria, não vejo quem por mim passa ou quem para trás fica.
Já não tenho tempo para voar.







Sem comentários: