
A vida ofereceu-me o maior presente que uma mulher pode receber: uma filha. Sonhei-a muito. Embalei-a nos meus braços e amparei-a nos primeiros passos, prometendo que o faria pelo resto dos nossos dias, que estaria sempre presente e que a minha mão lhe amorteceria as quedas.
Ontem gritei e disse-lhe coisas das quais à noite, sózinha, me arrependi. Não tenho o direito de a repreender por ser como é, e de querer que seja diferente, que vista saias rodadas, que use ganchos, que seja apenas uma menina porque ela é muito mais do que isso. É ela que me tem dado a mão para que eu não me desvie do caminho. É ela que não me tem faltado nem falhado. E tem sempre um beijo e um sorriso para me oferecer.
Ontem quando a abracei, já na cama, disse-lhe baixinho: desculpa, amor. Ela sorriu.
Desculpa, Mari.
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