13 de maio de 2008

ao engano

Durante um tempo, achava que a culpa devia ser minha. Que dava sinais errados. Que sorria demais. Que inclinava demais o tronco. Que falava demais, também. Os dissabores sucediam-se. Comecei a não perdoar aos amigos que me liam mal, não tolero amizade com flirt, se não for consensual.
Voltei para casa algumas vezes absolutamente confusa: em que momento dei a entender que determinado gesto poderia ser aceite? Quando foi que dei a entender que aquela mão ou aquela boca se podiam estender para mim, daquele modo?

Até que percebi. Não sou eu.